segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vem com brinde? Tô dentro

Ainda não sei ao certo o motivo pelo qual as pessoas são fascinadas por brindes. No meu caso, acho que essa mania é hereditária. Meu pai e minha avó são o tipo de pessoas que vão fazer compras no supermercado e voltam com um monte de embalagens de produtos onde está escrito: "Leve 3 e pague 2" ou então "Na compra disso, tal coisa vem de brinde".

Se você pensa que é diferente com os produtos de slogan "Compre um blablabla, pague mais 10 reais e leve um não sei o que", é a mesma coisa. Na maioria das vezes, os objetos, tranqueiras e quinquilharias que você adquire são inúteis, mas só pelo simples prazer de conseguir algo que você acha que é de graça, vale a pena, ou não.

Comigo não é diferente. Tenho uma compulsão por comprar livros, não importa se eu tenho uns 20 na fila dos não lidos, eu vou continuar comprando. Ontem lá estava eu na livraria quando vejo um livro que queria há um tempo, então peguei o livro e continuei fuçando as prateleiras. Já estava indo pro caixa pagar quando algo me chama atenção e vejo que o mesmo livro, o qual escolhi, tinha uma mesma edição que vinha com uma bolsinha de plástico.

Adivinhem...Lógico que troquei um pelo outro para garantir meu brinde. E de quebra fiquei atormentando a vida do meu pobre namorado com a tal bolsinha, que eu sei que não usarei pra nada, só se for para guadar pasta e escova de dente dentro da bolsa.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Saudade no plural

Para todo mundo e para todos os efeitos, sou uma pessoa forte. Forte daquelas de não deixar aparecer a tristeza e a decepção, mas isso tem mudado.

A alegria e o bom humor foram substituídos pela falta de paciência e pelo mau humor constante. Os pensamentos positivos e alegres foram substituídos pelas frases negativas e tristes. Os sorrisos e gargalhadas foram substituídos pelas lágrimas e suspiros.

Antes que alguém pense que virei uma pessoa impossibilitada de sorrir, aqui eu digo: Eu ainda sorrio e me divirto, mas dolorosamente, tudo é seguido de uma dor no peito misturada com um nó na garganta impossíveis de serem explicados.

Minha memória, de repente, se tornou um espaço reservado pra você. Quando você ainda estava aqui, eu tinha apenas saudade. Saudade de poder chegar em casa e te ver cozinhando ou assistindo seus programas favoritos na TV. Eu tinha saudade disso, desse contato familiar, mas daí tudo aconteceu.

Quando me batia um vazio repentino, eu sabia que era só eu pegar o celular e te ligar. Agora, tudo é tão longe, tão impossível. Antigamente, minha saudade era uma só, hoje, a minha saudade é infinitamente gigante. Pode ser redundante, mas tenho saudade dos detalhes.

Você sempre foi maior que eu. À medida que eu crescia, ficava feliz por conseguir chegar perto do tamanho de cada um da família. De repente, você ficou pequena, mais baixa que eu e inexplicavelmente, frágil. Eu percebia isso. Parecia que você estava sumindo aos poucos, que a sua alegria, a qual eu conhecia, foi sugada de você.

Sinto falta dos abraços, dos berros de quando eu deixava tudo jogado pelo quarto e do seu macarrão ao molho branco. Do cheiro da sua lasanha? Dele me lembro sempre.

Atualmente, a minha saudade não resume só a uma saudade, aquela saudade de ver você em casa. Hoje, a minha saudade é recheada de coisas, de detalhes que nem ao menos eu sei explicar ao certo. Talvez eu só consiga explicar quando eu estiver mais velha e talvez eu também não queira explicar.

A minha saudade não está mais no singular, ela está no plural.

E quando eu pensava que só de não te ver em casa tudo estava acabado, eu nem imaginava no estaria por vir.