sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Los Angeles

Los Angeles (Angels)

Autor: Marian Keys
Tradução: Renato Motta
Editora: Bertrand Brasil
Data de Publicação: 2007
Número de Páginas: 490 páginas
Formato: 16 x 23 cm

 
 
 
Marian Keys nasceu em Limerick, região norte da Irlanda, em 1963. Formada em Direito, nunca exerceu a profissão. Passou sua juventude em Londres e foi dependente de álcool por muitos anos. Depois da reabilitação, em 1993, dedicou-se a escrever crônicas e contos que, para sua própria surpresa, foram aceitos pela editora irlandesa Poolbeg em 1995. Dessa inusitada oferta nasceu Melancia, seu primeiro sucesso editorial, traduzido para 32 idiomas.
 

O livro é o sexto romance da autora e se passa em torno de Maggie, que sempre foi a filha mais centrada da engraçadíssima e excêntrica família Walsh. Los Angeles é uma história absolutamente cativante sobre um casamento que deu errado e uma mulher sensível que, subitamente, cansada de viver com regras, resolve fazer o que bem entende da vida.

Ao largar o emprego em uma empresa de advocacia e seu casamento, que nunca foi engrenado de verdade, Maggie resolve explorar o que há de bom, ou não, por aí. E é assim que resolve abandonar sua vida em preto e branco no passado e parte em direção à Hollywood.

Em L.A, fazem parte do cenário roupas sofisticadas, pessoas magérrimas e emperiquitadas, que de acordo com a protagonista, até as palmeiras ao longo das calçadas são magras. Além das festas bem freqüentadas, que são presença constante no roteiro de Maggie.

Ao se hospedar com sua melhor amiga, Emily, uma roteirista, Maggie começa a fazer coisas que jamais fizera antes, até mesmo se enturmar com estrelas de Hollywood, usar meias-calças na cabeça para firmar o penteado e fazer apresentações de roteiros para produtores de cinema sem nem pensar duas vezes. Assim, conhece o misterioso Troy, um homem tão distante das mulheres que é conhecido como Teflon Humano e tem como filosofia de vida a famosa frase: “Desapegar pra ser feliz”.

Ao longo do livro, o leitor acompanhará Meggie em sua jornada de descobertas por um sentido na vida, juntamente com as estrelas, dos subúrbios sofisticados de L.A ao bronzeado que a protagonista cisma que só consegue obter nas praias da Califórnia.

Além de presenciar os ataques existenciais que Walsh terá quando for obrigada a engolir mágoas e, de quebra, muitos martínis, enquanto procura o que realmente quer da vida e qual o verdadeiro motivo de ter pulado fora do casamento.

Los Angeles é um livro indicado para todos que apreciam um pouco de realidade com uma mistura de sarcasmo, humor e irreverência. É de fácil entendimento e é indicado para adolescentes. Possui uma linguagem direta, do cotidiano e com um desenvolvimento sem palavras rebuscadas. 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Contos do busão

Lá vou eu todos os dias. Acordo cedo, me arrumo e vou enfrentar a minha rotina. Chego no ponto de ônibus e encontro sempre as mesmas pessoas, com as mesmas expressões desanimadas e os meninos, geralmente, com os cabelos bagunçados.

De manhã, por incrível que pareça, é tudo bem tranquilo, não encontro muitas espécies raras pelo caminho. Mas é só eu descer no ponto final e atravessar a rua para a barquinha que já começa a aparecer diversas figuras que, sem dúvida, poderiam ser protagonistas de muitas histórias engraçadas.

A hora do almoço é a mais “tensa”. Lá estava eu, lutando contra meu sono, tentando não dormir com medo de perder o ponto. Infelizmente, ou felizmente, eu dei uma cochilada. Acordei na Conselheiro Nébias com umas senhorinhas sentadas nos bancos da frente falando um pouco alto. Um pouco alto é sutileza demais, estavam gritando:

- Mas isso tudo é uma vergonha – dizia uma
- Tem muita coisa errada nesse país – a outra completou
- É, mas você votou no Tiririca – retrucou a primeira
- Votei e votaria de novo, todo mundo fica jogando pedra nele, coitadinho. Ele vai se candidatar à Senador na próxima eleição, e se ele fizer coisas boas como deputado, ele GANHA.

Sim, ela deu um berro quando finalizou o sermão que eu, ainda sonolenta, dei um pulo do banco. Havia uma moça sentada do meu lado e eu pude perceber que se ela tivesse lazer nos olhos, ela queimaria as senhoras exaltadas lá do fundão.

O ônibus segue. No mesmo ponto, todos os dias, sobe um moço contando a mesma história. Ele tem AIDS, é pai de 3 crianças, não consegue emprego e toda aquela historinha de que “Ah, eu poderia estar roubando, matando, mas estou aqui, pedindo humildemente sua contribuição”.

Nesse dia, uma moça com uns 40 e poucos anos se irritou com os contos do rapaz e disse que não ia ajudar ‘vagabundo’ nenhum e ia chamar a polícia. O rapaz valente estufou o peito e retrucou:

- Você pode chamar a polícia, eu conheço todos os policiais, todos os delegados. Eu sou conhecido na cidade.

“Bom pra ele”,pensei e comecei a rir, pois todas as pessoas dentro do ônibus começaram a gritar com o homem. O ônibus parou e ele gritando e reclamando, desceu.

Quando eu pensei que tudo estava um pouco mais calmo, doce ilusão. Um infeliz sentado atrás de mim começa a escutar música no último volume. Eu tenho uma dúvida. Porque todas as pessoas que não utilizam o fone, que é um acessório feito justamente para dar privacidade aos seres humanos, ouvem funk? É sempre funk.

Eu reclamo, reclamo, reclamo que tenho que pegar 4 ônibus por dia e 2 barquinhas, mas pelo menos, eu me divirto. Às vezes.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Quando a facilidade do download prejudica

Um novo jeito de ver séries...


Cada vez mais a indústria do entretenimento tem lançado mais seriados para todas as idades e para todos os gostos e são possíveis de agradar a todos de uma forma ou outra. São uma infinidade de opções para escolher, seriados de comédia, terror, ação, femininos, suspense, baseados em livros ou revista em quadrinhos. Adolescentes se envolvem com os personagens e passam a ser o ídolo perfeito, só que quando se trata do assunto de audiência das emissoras contra os downloads pela internet o papo começa a ficar sério.

Muitas séries são filmadas e lançadas nos Estados Unidos e os canais brasileiros só começam a exibir a série muito tempo depois. Tem casos que poucas horas das exibições nos EUA milhares de fãs já estão em casa assistindo, e aqueles que esperaram um pouco mais puderam assistir com legenda.Cada vez menos os fanáticos por séries têm paciência para esperar o intervalo entre exibição nos EUA e a programação brasileira, período que pode ser um longo intervalo.


Hoje em dia é difícil encontrar fãs que nunca baixaram as temporadas de suas séries prediletas. A maioria faz isso, e os que não fazem é porque não sabem como se faz para baixar os arquivos ou então não têm acesso à banda larga. De fato, para conseguir os episódios de graça é imprescindível ter essa regalia, mas o resto fica por conta de uma verdadeira multidão de internautas que se unem e se ajudam em uma tarefa complicada e trabalhosa, cujo único objetivo é a diversão.


O estudante Felipe Mello baixa todos os dias os episódios das séries que acompanha. “Cada dia baixo um episódio de uma série diferente e não assisto na tv por que muitas vezes não está passando a temporada que eu quero assistir e assim, tenho liberdade de assistir quando eu quero e a temporada que quero” afirma o aficcionado por séries antigas, daquelas que já foram lançadas e já tiveram sua “season finale” há muito tempo.


O mesmo acontece com a estudante de engenharia Camila Neves Secco. Com uma vida conturbada, cheia de compromissos pessoais e os da faculdade ela afirma não ter como acompanhar o seriados pela tv. “Muitas vezes os horários não batem e se eu baixar eu posso assistir quando eu quiser, é bem mais prático e acabo tendo mais conforto. Quando eu não tinha descoberto esse mundo dos downloads eu comprava os “boxes” das temporadas, mas são muito caros.”


 Essa mudança de comportamento do público deixando de lado o antigo costume de assistir na tv e a passar a ver no computador vêm do fato de que a internet cada vez está mais rápida e com isso, a indústria vai ter que mudar o jeito de fazer esses negócios se quiser sobreviver. No caso dos filmes estão tentando resolver com o lançamento simultâneo em todo o mundo, já no caso das séries é bem mais complicado. Muitas emissoras de tv estão disponibilizando os episódios em seus sites, mas mesmo assim não está adiantando muita coisa. Vai ser complicado a indústria brigar com os fanáticos por séries, é só esperar para ver.


No caso dos responsáveis pelas hospedagens em sites ou comunidades em sites de relacionamento é de se questionar. É uma tarefa trabalhosa e complicada e sem fins lucrativos. “Não tem dinheiro nenhum envolvido nisso. Faço tudo pela diversão” relata Evandro, moderador de uma comunidade em um site de relacionamentos e dono de um site de compartilhamento de arquivos.


A vontade de ajudar os brasileiros a terem acesso mais rápido aos seriados que o levou à criação do site e da comunidade. Mas, para isso ele precisa de ajuda. Há a figura do “ripador”, que é alguém lá dos EUA que se dispõe a gravar no computador o episódio exibido. A próxima etapa é comprimir o arquivo e dividi-lo em vários pedaços. É aí que entra o trabalho de Evandro e de seus ajudantes espalhados pela web: pegar o episódio compactado pelos ripadores e criar um tipo de arquivo que dá acesso ao do episódio para colocá-lo à disposição do público, que é bem exigente. Depois do episódio estar na rede, entram em cena os legenders.


“O que me leva a fazer isso é faço de tudo para contribuir com as pessoas, que tem o mesmo desejo que eu, a facilidade de assistir às séries favoritas com comodidade” disse o estudante que tem que conciliar seus estudos com esse trabalho sem remuneração mas que a recompensa é o prazer.


A legalidade da tarefa de disponibilizar e baixar seriados pela internet ainda é questionada. Há quem diga que baixar infringe os direitos autorais e que prejudica os canais por assinatura, que exibem a série e acaba prejudicando também aqueles que pagam pelos canais. “Defendo os downloads, porque se não há venda ou distribuição, não é pirataria - e que as séries são exibidas na TV aberta dos EUA, portanto seria o mesmo que gravar com um videocassete e emprestar a fita para um amigo” rebate Evandro.

Com medo de represálias legais, ele não divulgou o endereço da página. “Pretendo colocar mais e mais e não vou parar de fazer isso", completa Evandro. As mais baixadas? "Lost", "Smallville" e "Prison Break" - três atrações que são exibidas no Brasil – claro que, com atraso de uns meses consideráveis em relação aos Estados Unidos.

Na opinião do garoto, resta às emissoras tentarem diminuir essa diferença de tempo, porque o fornecimento online de episódios  só está crescendo e não está nem perto de acabar. "Eles têm que saber que a pirataria nunca vai acabar e as  emissoras de TV dos Estados Unidos já começaram a colocar suas atrações na Internet. Provavelmente, esse é o futuro das séries".

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coração de Tinta

Coração de Tinta (Tintenherz)

Autor: Cornelia Funke
Tradução: Sonali Bertuol
Editora: Companhia das Letras
Data de Publicação: 2006
Número de Páginas: 456 páginas
Formato: 16 x 23 cm




Cornelia Funke nasceu em 1958, em Dorsten, na Alemanha. Escritora e ilustradora de livros infantis e infantojuvenis de grande sucesso, recebeu diversos prêmios literários. Entre outros, é autora do aclamado O senhor dos ladrões, publicado em 2004 pela Cia. das Letras, obra que vendeu mais de meio milhão de exemplares em língua inglesa e outro meio milhão só na Alemanha, além de ter recebido seis importantes prêmios na Europa e nos Estados Unidos. Em 2005, foi eleita uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e é formada em pedagogia.


O livro se passa em torno da vida de Mo e de sua filha Meggie. Mo, além de exímio encadernador, tem uma habilidade incomparável: ao ler em voz alta, dá vida às palavras, e coisas e seres das histórias contadas surgem ao seu lado como se fosse um passe de mágica. Numa noite, a qual Mo estava exercitando seus dotes, acabou trazendo à vida alguns personagens de um livro misterioso chamado Coração de Tinta e acabou mandando para lá sua mulher.


Depois desse episódio, Mo decidiu nunca mais ler um livro em voz alta. Sua filha é uma devoradora de livros, mas apesar de insistir muito não consegue com que o pai lhe conceda algumas leituras. A menina não conhece o que de fato ocorreu, até que um estranho visitante aparece no meio da noite. Com roupas gastas como as de um artista de circo, os dedos cobertos de fuligem preta, e no ombro um estranho bichinho de estimação com pequenos chifres pontudos, ele não é um estranho para Mo, que não fica muito contente com a visita inesperada.


Meggie acaba escutando a conversa dos dois, apesar de não entender muito o que eles dizem. Só ouvia sobre um tal de Capricórnio, um sujeito malévolo que ambos parecem temer como ao próprio diabo.


Mo descobre que justamente nessa noite, chegara o momento que ele sempre temera: o terrível vilão, que ele havia tirado involuntariamente de dentro do livro muitos anos atrás, e do qual fugia desde então, estava em sua procura.


Capricórnio tem planos sombrios e Mo descobre que ele quer usar seus poderes para trazer do mesmo livro um ser ainda mais terrível e sanguinário do que ele próprio. Quando seus capangas finalmente seqüestram Mo, Meggie fica desnorteada.


Apesar de ser apenas uma criança, sua coragem não tem fim quando a vida do pai está em risco. E, além disso, um talento muito especial pode ajudá-la no caminho.


Isso tudo é o começo de uma aventura perigosa, cheia de acontecimentos fantásticos e reviravoltas imprevistas, que vai mudar para sempre a ideia que Meggie tem sobre os livros e suas histórias.


Coração de Tinta é um livro indicado para todos que apreciam um pouco de magia e ficção. É de fácil entendimento e é indicado para todas as idades. Possui uma linguagem direta, do cotidiano e com um desenvolvimento sem palavras rebuscadas.


Ps.: Eu resolvi postar aqui no blog todas as minhas coisas. Deixar tudo junto e misturado mesmo. Matérias, resenhas, notas ou outros trabalhos que faço pra faculdade...além dos meus textos de desabafos também ;p