quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

I hope you can hear me

Eu me lembro claramente, como se fosse ontem. A dor é a mesma. A sensação de que o chão está se abrindo sob meus pés é exatamente igual. O nó na garganta chega a causar falta de ar.
Hei, você, ta me ouvindo? Espero que, mesmo após um ano, você não tenha perdido sua capacidade de sorrir. Aquele sorriso todo cheio de segredos e mistérios.
Daquele abraço sem igual que só você sabia me embalar e dizer que tudo ia ficar bem? Dele eu me lembro como se eu tivesse estado com você ontem.
Desde então, eu percebi que nada mais seria igual. Desde então, muitas coisas perderam o sentido. Nada do que possam falar ou me dar pra tentar substituir a falta que você me faz conseguirá satisfazer sua ausência.
Pode parecer estúpido pra quem está de fora, mas fazendo isso me dá quase certeza de que essas palavras lhe serão enviadas através do vento. Como retribuição, sinto que você me manda conforto, carinho, proteção e amor. Nada disso seria esperado se essa pessoa não fosse sua mãe. Mas é você. É amor de mãe. Então me agarro nessa força, nessa esperança e digo pra mim bem baixinho que tudo vai dar certo e que eu vou conseguir passar por cada obstáculo.
Continuo te enviando pensamentos e sorrisos. Até as flores que eu tenho uma vontade imensa de te levar.
Eu te amo, mãe! Fica bem.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vem cá, quero falar contigo!

Bom dia, coração!
Hoje resolvi ter uma conversa com você. Eu sei que no fundo, isso não tem sentido e nem finalidade, mas não custa tentar. Nada será perdido.
Tenho uma lista infinita de pedidos a serem feitos. Outra, de exigências e outra, de súplicas.
Estamos enfrentando uma guerra? Somos inimigos declarados? Apesar de você funcionar muito bem na teoria e na prática ser uma droga, sinto que estou perdendo essa batalha pra você.
Tu és esperto, não? Sabe bater desesperadamente, parecendo que vai sair do meu peito, quando sabe que aquele algo me faz vibrar. Também é mestre em se enrolar e se espremer de tal forma que, às vezes, parece que fica um espaço em branco dentro de mim. Para de ser assim, tão insensível.
Descobri um ponto fraco seu. Você, meu caro, não sabe fazer curvas. Não sabe pular obstáculos e muito menos, se pendurar numa corda quando está à beira de um precipício. Mas, com esses pontos fracos, eu que acabo me ferrando.
Já que você pertence a mim, quando faz suas "curvas retas", eu que dou de cara no muro. Quando não dá um salto alto o bastante, eu que tropeço. E quando não segura com bastante vontade, eu que acabo caindo no mais fundo dos buracos. Como meus bíceps deixam a desejar, levo muito tempo pra conseguir chegar ao topo.
Chega dessa brincadeira, não quero mais participar dos seus jogos. Posso te dar uma dica: para de ser tão burro, tão inocente.
Porém, ainda tenho esperança. Seu prazo de validade não deve estar no final. Ainda posso conseguir te ensinar algumas coisas e se eu não for boa o bastante, com certeza aquela coisa, chamada vida, vai fazer você aprender quebrando a cara. Quando você levantar, coração, ela, com certeza, vai olhar pra você e com o mais sarcástico sorriso estampado no rosto vai dizer: "Eu te avisei".