quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

E assim você se foi

8 de dezembro. O pior dia da minha vida, até agora. Estava cobrindo um evento fora do meu local de serviço e quando volto vejo minhas tias sentadas conversando com a minha chefe. Eu, na minha inocência, pensei que elas estavam lá para entregar meu atestado, já que uns dias atrás eu havia faltado pra fazer exame. De repente, vi uma delas chorando e imaginei que tivesse acontecido alguma coisa com meu pai, com a minha avó, mas nunca com a minha mãe.
Ela era jovem, bonita, saudável. Sofri demais com a separação dos meus pais, mas depois de 3 anos eu já me acostumara a viver com a ausência dela em casa. Ela tinha um sorriso lindo, tinha mania de limpeza e adorava me presentear com itens de maquiagem. Brigava comigo toda vez que chegava do serviço e via meus sapatos jogados pela casa ou minhas roupas amarrotadas no guarda-roupa.
Eu ficava dias sem vê-la, mas eu sabia que era só eu ligar pra ela que em seguida eu ia ouvir a frase: ”Oi meu amor, tudo bem”. Agora, o que resta é apenas a lembrança. Lembrança de cada dia de passeio na praia, de como ela me ensinou a passar o rímel e eu, mesmo parecendo um panda, me elogiava e dizia que eu estava linda. Linda aos olhos da mãe.
Eu ainda estou no meu momento de negação. Não acredito que isso aconteceu. Estou esperando que meu celular toque e apareça ‘Mami’ escrito e que assim que eu atender eu vou ouvir a voz dela do outro lado perguntando quando eu vou visitá-la. Eu vou te visitar, mãe. Agora e sempre, só que de uma maneira diferente.
Sentirei falta de cada bronca, cada sorriso, cada abraço, cada palavra de conforto, do seu macarrão com molho branco e de quando eu pegava seus guarda-chuvas e sumia com cada um deles. Sentirei falta da minha mãe.
Hoje ainda é muito cedo, mas eu sinto e me forço a pensar que ela está viajando e que vai voltar, mas no fundo eu sei que não.

Eu te amo, mãe. Eu sempre amarei. 

1 comentários:

Carolina Gutierrez Prado disse...

nem sei se você vai ler. Muito lindo seus textos! E vocês não se separaram. Por mais que seja difícil entender porque certas coisas acontecem... Sabe aquela frase de quem a gente ama nunca nos abandona? É a pura verdade. Ora e medita. São as formas que existem de conversar e nos confortar com a ausência daqueles que partiram cedo. Sabe a história da viagem? É isso, ela não se foi. Ela está em outro plano. Ela voltou para um lugar que cedo ou tarde vamos todos nós. E dai, amiga, você vai perceber que nada mudou. Reza, pensa em coisas felizes, jogue vibrações positivas. Laços como esses jamais deixam de existir. Ela tá lá em cima, olhando por você, rezando e agora, te acompanhando mais de perto do que nunca.
É triste, a passagem é sempre dolorida para os que ficam, mas sempre que a tristeza invadir seus pensamentos, ora e vibra por ela. Ela, com certeza, tá vibrando por você. Ufa... você sabe que quando quiser conversar, chorar e rir, eu tô aqui.
amo você, minha flor
beijos